Ballet na gravidez, pode ou não pode? Pode sim!

Carla Firpo, que dança desde os três anos, grávida de sete meses (Foto: Paula Maria)
Carla Firpo, que sempre dançou, grávida de sete meses (Foto: Paula Maria)

Muitas bailarinas, quando engravidam, ficam com medo de continuar dançando. É natural: muita coisa muda no corpo, e os cuidados precisam com atividade física e alimentação precisam ser redobrados.

Mas isso não quer dizer que o ballet esteja proibido! Muitas futuras mamães continuam fazendo aula, e esse pode ser um exercício bem relaxante e proveitoso durante a gravidez. Claro que cada corpo é um corpo e cada gestação é diferente, portanto é MUITO importante falar primeiro com o obstetra. Se ele ou ela liberar, pode fazer sua aula tranquila!

Conversamos com Carla Firpo, futura mamãe de Clarinha, que faz aulas no Ballet Teresa Cintra. Carla faz ballet desde os três anos, e mesmo no sétimo mês de gestação, não abre mão de dançar.Como boa bailarina que é, ela nunca pensou em parar, embora soubesse que precisaria fazer algumas adaptações nas aulas. “A única coisa que a obstetra sempre pediu era ‘nada de exageros, aceite os limites que seu corpo vai te dar’. Nos três primeiros meses fiquei quietinha, sem fazer atividades, e quando completamos as primeiras 12 semanas, voltei à rotina do ballet e da academia”, explicou.

Uma coisa bacana que ela fez foi conversar muito com a médica, mostrando os passos que fazia na aula. Daí ficava mais fácil saber o que podia e não podia fazer. “Alguns passos, que requerem uma força maior na pélvis, ela pediu pra evitar…Então grand plié de lado na barra e no centro eu evito”, disse.

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Carla e Clarinha! (Foto: Paula Maria)

O que pode e o que não pode?

Isso varia muito de bailarina para bailarina. Carla, por exemplo, eliminou os saltos por conta da força física necessária. Nessas horas, você pode substituir por um alongamento ou repetir passos que você pode fazer. Ela, que sempre foi mulher-elástico, disse que não encontra problemas com alongamento e ainda faz ponta de vez em quando, mas só quando se sente bem segura. Mas tem outros desafios, especialmente por conta da mudança do eixo com o crescimento da barriga.

“Girar já era algo complexo antes da gravidez, durante então…(risos) Imagina seu eixo fora do lugar, é complicado encontrar um novo ponto de equilíbrio depois de anos lutando pra mantê-lo (risos). Fora que a pressão da mulher tende a ficar mais baixa na gestação e os giros me deixam tonta mais rápido. Mas acho que pra quem gira feito pião, é só uma questão de adaptação mesmo. De aceitar os limites da barriga e girar”, opinou.

 

Por que continuar dançando?

Bom, essa parte a gente deixa pra própria Carla dizer!

“A gravidez é um momento magico na vida de uma mulher, mas exige adaptações para a nova vida que vamos ter com o bebê, não podemos nos privar do que nos faz bem. E o ballet é algo que faço desda os três anos de idade, são 30 anos de minha vida dedicados a ele, então não seria neste momento tão especial que ‘cortaria o laço’. Mas como comecei dizendo, é uma fase delicada, temos que ouvir e sentir as reações do corpo com mais atenção e respeitar o limite que a gestação nos dar. Fico feliz, graças a Deus minha gravidez está indo super bem, estou no 7º mês e ainda continuo dançando. Enquanto Clarinha permitir, estarei fazendo umas aulinhas (risos)!”

Parte desnecessária:

Muitas bailarinas profissionais também continuam dançando durante a gravidez. E continuam fazendo TUDO! Olha só esse vídeo da Ashley Bouder, primeira bailarina do Nwe York City Ballet, arrasando nos fouettés durante o sexto mês de gravidez: