Vídeo da semana #20!!

 

Nosso #videodasemana é, na verdade, uma propaganda. Até alguns anos atrás, isso poderia até chocar, mas desde o fenômeno Misty Copeland (garota-propaganda da Under Armour), bailarinas estão sendo cada vez mais utilizadas em comerciais super criativos e sensíveis. E nós amamos isso!

A garota-propaganda da vez é ninguém menos que Alessandra Ferri – na minha opinião, a melhor Julieta de todos os tempos.No vídeo, a bailarina de 52 anos dança com um holograma dela mesma, aos 19 anos, fazendo sua estreia como a protagonista que lhe deu notoriedade no ballet clássico. A direção é de Tom Harper, e a coreografia de ninguém menos que Wayne McGregor, do Royal Ballet.

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Ferri 19 anos x Ferri 52 anos

Gente, é lindo demais de ver. Não sei quantas vezes a Alessandra assistiu o vídeo – ou o que ela lembra desse dia – mas ela sabe exatamente todos os olhares, a respiração, tudo da bailarininha que está começando sua carreira. É quase como uma mãe assistindo uma filha dançando, existe um quê de admiração e de nostalgia no olhar da bailarina veterana. Mas também uma sensação de empoderamento, do tipo ‘você ainda vai passar por muita coisa para chegar onde eu estou’. Filosofei!

Alessandra interage com o holograma, e isso faz com que a coreografia fique ainda mais especial. Só no finalzinho, quando ela olha bem para a câmera, a gente percebe que a propaganda é de um creme facial que visa preservar a pele do envelhecimento  da Boots (uma linha de farmácias da Europa). Que venham mais anúncios assim!

Quer ver mais #videodasemana? Conheça nosso arquivo!

Perfil: Toshie Kobayashi

Um dos principais nomes da dança clássica no Brasil, Toshie Kobayashi era professora, jurada e promotora de diversos cursos, workshops e competições no país – como o Ballace, Festival de Joinville, Passo de Arte e a etapa nacional do Youth America Grand Prix (YAGP).

Neta de japoneses, Toshie nasceu e cresceu em São Paulo, e formou-se em ballet clássico através do método italiano Cecchetti com a professora Carmen Bonn. Teve uma rápida carreira como bailarina clássica, mas foi como mestra que ela realmente ficou conhecida.

Até sua morte, aos 67 anos, Toshie somou mais de quarenta anos como professora, sendo vinte no Festival de Dança de Joinville, o maior do Brasil. Ela integrou a cadeira de jurados por treze anos.

Ela era membro integrante da Royal Academy of Dance, e também estudou o Vaganova. A partir daí desenvolveu uma metodologia própria, que combinava, segundo ela própria, principalmente o método inglês e o russo.

Toshie morreu em 17 de maio de 2016 – e nós já sabemos a falta que essa mestra fará no cenário de dança no Brasil!

 

Fonte: Revista de Dança

Foto: Alceu Bett

Escolha seu método!

Você decidiu dançar ou trocar seu método e não sabe por onde começar? Conversei com professoras das três maiores metodologias de ensino, Royal Academy of Dance, Vaganova e Ballet de Cuba, para explicar o que cada um tem de melhor e quais são suas principais características. Vamos lá!

Uma boa forma de se verificar o método é a partir dos arabesques. O Royal tem três, o Vaganova e o cubano, quatro. Enquanto o Royal não leva em consideração a posição do corpo em relação à frente (en ouvert ou croisé), o Vaganova e o cubano usam para identificar o passo. A terceira posição do Royal tem os dois braços colocados à frente, um levemente acima do outro, que o cubano e russo não têm.

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Quarto arabesque cubano e Vaganova, no Royal, é o primeiro arabesque croisé

O Royal publicou um vídeo com guia dos seus arabesques:

 

O duplo ronde de jambe en l’air também pode ser diferente. Enquanto no método inglês as rodinhas são feitas em sequência, antes de esticar a perna ao lado, no método cubano as duas rodinhas são feitas separadamente, porém no tempo de uma. Em vez de fazê-las seguidas, estica-se a perna ao lado rapidamente para depois recolhê-la para o novo ronde.

Vaganova (russo):

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O método Vaganova valoriza muito as extensões dos bailarinos, seja nos braços ou pernas, e também a rapidez nos giros e nos saltos. De acordo com Monise de Rosa, diretora artística da Cia de Dança Ímpeto, as bases para a dança clássica são as mesmas, porém, cada técnica tem um enfoque específico e denominações diferentes.

“O Vaganova tem um programa a ser seguido, ele não apenas dividiu o ensino em diferentes níveis, como conferiu a cada um deles um programa determinado. Esse método dá muita ênfase à busca da estabilidade como um dos elementos estruturais da dança clássica”.

Royal (inglês):

É um dos métodos mais técnicos e progressivos. Dividido em vários níveis, que vão desde a infância até o profissional, o Royal tem como base o amadurecimento do aluno ou aluna em relação à dança, e prioriza a limpeza dos movimentos diante da extensão ou número de giros. A professora Marília Nascimento, do Ballet Marília Nascimento e Mandala Cia de Dança, acredita que o Royal é o método mais lúdico e didático para crianças, em especial o novo formato do curso, remodelado há dois anos.

“Eu acho que o Royal tem capacidade de atingir diversas faixas etárias. A primeira impressão do ballet é muito bem trabalhada no Royal, especialmente nesse novo programa. São elementos diferentes como saias, fitas, chapéus, bengalas nos graus mais novos. E o tutu e danças mais variadas nos vocationals (graus mais avançados). O Royal não forma bailarinos precoces, como o russo. Este é um método mais gradual. Mas a exigência técnica é bastante apurada, sem sobrecarregar as crianças, e promove uma limpeza que é levada adiante para os graus mais avançados”, aponta.

Cubano:

Assim como o Royal, o método cubano é bastante técnico, mas não tão ‘mastigadinho’. A combinação de passos também é mais desafiadora, fugindo  um pouco do padrão seguido tanto pelo Royal quanto pelo Vaganova, e é bem dançado.  Juliana Stagliorio, fisioterapeuta e professora da Escola de Dança Juliana Stagliorio, diz que o ballet cubano é extremamente rígido, mas a matéria também é muito dançante.

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Alicia Alonso foi responsável pelo amadurecimento do ballet cubano (Foto: Reprodução)

“Se a gente for analisar técnica, a metodologia cubana é  extremamente parecida com a Vaganova. Em termos de linhas de passé, de trabalhar na meia ponta o tempo inteiro, no centro, isso tudo é parecido, e não acontece tanto no Royal. Algumas vezes isso me assusta um pouco, colocar meninos e meninas de quarto grau para fazer tantas coisas na meia ponta. Porque aqui temos aulas duas vezes por semana, e não todos os dias como nas academias profissionais. Por isso fazemos todo um trabalho com nossos alunos para prepará-los para a metodologia cubana. Mas, com esse método, o que diferencia é como a técnica é aplicada. Em termos de qualidade não há diferença, apenas em estilo. Acho o cubano mais dançado e ágil: muda a direção com muita frequência, mesmo na barra”, opina Juliana.

E aí, deu pra ajudar? Independentemente do método escolhido, o que vale mesmo é dançar com responsabilidade. Procure uma escola que tenha professores qualificados e sempre respeite os limites do seu corpo!

O que esperar do Russian State Ballet?

Na quinta-feira (12 de maio) nós assistimos a uma apresentação do Russian State Ballet no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). A programação, como esperado, contou com trechos de vários ballets famosos – a maioria pas de deux –  e teve duração aproximada de duas horas.

Mas o que teve? Bom, teve muito bailarino bom, algumas decepções, mas, no geral, adoramos a experiência. É diferente, de fato, ver os russos no palco, pois a colocação dos braços (bem esticados, chegando até a ficar hiperextensos) e aquelas coisinhas que já falamos sobre extensões, velocidade e explosão.

De cara, sentimos falta de um programa! A gente adora saber quais são os bailarinos que vão dançar, bem como a ordem das danças. Os nomes foram anunciados antes das danças, mas, mesmo assim, é difícil gravar. Fica a dica, produção!

 

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As linhas de ‘Carmen’ (Foto: Tomas Kolisch Jr/ Divulgação)

Vamos às apresentações: assistimos A Morte do Cisne; Carmen; A Bela Adormecida; O Quebra-Nozes, pas de deux do cisne negro; Romeu e Julieta; Sherazade; A Dama e o Vagabundo; pas de deux de Escrava e Mercador, d’O Corsário; e Spartacus.

Adoramos a bailarina Viktoria (por motivos de falta de programa não sabemos exatamente o nome dela! Apenas que dançou Carmen, Romeu e Julieta e brilhou em Spartacus). Foi a dançarina mais completa, que abusou das linhas, da flexibilidade e controle nos giros e balances.

O partner dela, Abel (?) também foi muito feliz nos repertórios, em especial nas codas. Saltos super controlados e, o mais importante: pés esticados!

Outra que arrasou nos giros e no carão foi a que dançou o pas de deux do cisne negro. Apesar de não ter um développé na orelha, controlou super bem os fouettés e as descidas.

Poréns

Se tivemos performances lindas, tivemos algumas que não foram lá de encher os olhos. No pas de deux de A Bela Adormecida, a bailarina Marta (?) não parecia muito confortável com o papel – talvez muito ‘delicado’ para ela. Em Sherazade (achamos que foi a mesma bailarina) ela se ‘encontrou’e foi bem melhor. Os fouettés de Dalia, bailarina que dançou O Quebra-Nozes e O Corsário, deixaram a desejar. Uma pena, porque até então ela estava super bem nos dois papéis: super delicada e com linhas lindas!

Entendemos que quando uma apresentação é composta por divertimentos, fica complicado investir num cenário que case bem com todos os trechos. Mas normalmente um bom jogo de luz no fundo branco resolve! No TCA, o fundo era escuro, e não valorizou a iluminação – ou alguns figurinos.

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Trechinho de ‘A Dama e o Vagabundo’, ballet que não conhecíamos (Foto: Divulgação)

Valeu a pena?

Se você ainda está na dúvida se deve ou não assistir, nós recomendamos. Apesar de alguns pesares, a apresentação é muito amarradinha e os trechos são de ballets lindos, com algumas versões diferentes (não conhecíamos a de Romeu e Julieta, por exemplo!) que podem incrementar ainda mais sua biblioteca de repertórios! Não foi muito diferente do que Anastasia Kazakova (que infelizmente não vimos dançar) nos disse.

 

Anastasia Kazakova : É muita felicidade dançar no Brasil

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Anastasia Kazakova (Foto: Reprodução)

Bailarina formada pela escola Vaganova, em São Petersburgo, na Rússia, Anastasia Kazakova é uma das vinte solistas que integram a equipe de bailarinos do Ballet da Rússia, que estão fazendo uma turnê pelo Brasil desde abril. Ela, que é solista do Bolshoi, diz que é muito interessante se apresentar em várias cidades de um país grande como o Brasil, e se mostrou especialmente feliz com a resposta do o público, tão calorosa e receptiva.

Como é fazer uma turnê tão extensa como essa aqui no Brasil?

É uma turnê de ballet maravilhosa, e estamos todos muito felizes de estar aqui. Gostamos muito de passar pelas cidades maiores e mais conhecidas, como São Paulo, Rio de Janeiro, e, agora, Salvador. Mas também adoramos passar pelas cidades menores, que se mostraram tão receptivas quanto as grandes. Percebemos que o público gostou muito do espetáculo, e é muito caloroso com a gente.

O espetáculo é feito de divertimentos, ou seja, trechos que repertórios. Quais são mais fáceis de dançar? Qual ballet você gosta mais de dançar?

É mais fácil dançar esses divertimentos porque são trechos de ballets clássicos que a gente já está acostumado a dançar, como O Lago dos Cisnes, a Bela Adormecida, etc, até porque nossa formação, na Rússia, é mais tradicional e prioriza os grandes clássicos.

No segundo ato são peças mais modernas, mais contemporâneas, como Balanchine e Forsythe. São repertórios mais novos, portanto.

Não tenho como escolher um só como preferido! Adoro dançar todos eles, especialmente os clássicos.

O ballet russo tem ganhado mais espaço aqui no Brasil, seja na adoção do método em escolas ou na transmissão ao vivo das apresentações do Bolshoi em cinemas. Na sua opinião, o que diferencia o ballet russo dos demais?

Na verdade, o ballet na própria Rússia tem escolas diferentes. Eu sou formada na Vaganova, em São Petersburgo,  onde a prioridade é a extensão das pernas, dos braços e as linhas. Somos treinados para permanecermos em poses bonitas. O ballet de Moscou já prioriza pernas mais altas, muitas piruetas, explosão e agilidade. Mas mesmo dançando na Rússia a gente tem contato com bailarinos formados em Cuba, nos Estados Unidos, que vêm de técnicas diferentes, então a gente está sempre se aprimorando.

Mas, se eu tivesse que escolher uma formação, seria a Vaganova. É a melhor escola do mundo, a número 1.

Veja galeria de imagens do espetáculo! Fotos de Andrey Lapin e divulgação


O espetáculo Estrelas do Ballet Russo está em cartaz em Salvador nos dias 11 e 12 de maio, no Teatro Castro Alves. Ainda tem ingressos à venda na bilheteria e no site.

Próximas apresentações:

Aracaju:Teatro Atheneu, no dia 13 de maio (sexta-feira)

Teresina: Teatro Teresina Hall, no dia 14 de maio (sábado)

Fortaleza: Teatro Unifor, no dia 15 de maio (domingo) e Riomar, no dia 17 de maio (terça-feira)

Mais informações: http://www.balletdarussia.com/

Vídeo da semana #19!!!

A gente não aguentou com essa overdose de fofura e não tivemos escolha senão selecionar esse vídeo para o #videodasemana. E logo logo você vai entender o porquê.

Dois mini bailarinos, Avery Gay e Joziah German, foram convidados para da entrevista no programa Little Big Shots, do Steve Harvey. O que vimos de antemão foi muita humildade e simpatia dos bailarininh@s, ambos com 12 anos. Avery, por exemplo, diz que adora dançar por causa dos desafios, e Joziah porque fez dele um cavalheiro (gente que lindo??), e que sempre agradece suas partners por dançarem com ele.

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Olha que linhas e que flexibilidade! Avery de parabéns (Foto: Reprodução)

Além de dançar, os dois gostam de ‘organizar’ as gavetas e comer picles (oi?), brincar ao ar livre e colecionar dominó. Além disso, Joziah quer se tornar um profissional de sucesso para sustentar uma família, mas continuar dançando. Tudo isso saindo da boca de crianças de DOZE anos. O mundo ainda tem jeito!

Em seguida, claro, os dois dançam juntos, e as surpresas não param. Claro que ainda falta maturidade em alguns movimentos, mas a habilidade dos dois é impressionante. O garotinho gira super bem, a menina tem uma flexibilidade e graciosidade de dar inveja e os dois arrasam na expressividade – talvez o meu ponto preferido na dança. Isso e a música, um mash-up de O Quebra Nozes bem criativa.

Sério, gente, não tem o que não gostar nesse vídeo!

 

Quer ver mais #videodasemana? Visite nosso arquivo aqui!

Um presente agregador!

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Grupo Experimental de Jazz em cena (Foto: Arquivo pessoal)

A gente já tinha conversado aqui com o diretor do Grupo Experimental de Jazz, Victor Hugo, sobre as dificuldades de se manter uma companhia de dança no Brasil. E são muitas: desde o público, que não enxerga uma atividade cultural como lazer, ao custo enorme de organizar apresentações sem qualquer tipo de patrocínio.

Pois bem: nesta semana foi o aniversário dele (parabéns!!!), e, como todo aniversariante, Victor Hugo pediu um presentinho. Só que em vez de roupas, acessórios ou um jantarzinho à luz de velas, o presente que ele pediu não foi só pra ele. Foi um pedido de ajuda para custear o novo espetáculo do grupo.

Ficamos muito tocados com essa iniciativa, e resolvemos divulgar a mensagem que ele mandou aos amigos do Facebook. Esperamos que Victor Hugo receba MUITOS presentes, e que ele continue a nos presentear com a dança 🙂

“Pois é, como o Facebook cumpre muito bem o papel de avisar datas de aniversário, todos os meus amigos do Face sabem que o meu está chegando. Esse ano eu não quero presentes específicos, quero pedir aos meus amigos, ou às pessoas que admiram meu trabalho, ou às que simplesmente acreditam na arte para ajudar na arrecadação de verba para a produção do novo espetáculo do Grupo Experimental de Jazz. Então peço a todos como forma de presente que doem o que puderem!”

O link para a Vakinha está aqui, e quem quiser saber um pouquinho mais da companhia dele pode assistir aqui:

Perfil: Larissa Lezhnina

Pedido de blogueira competente a gente não nega, né? Ainda mais blogueira competente e parceira, como é o caso da Julimel, do Vídeos de Ballet Clássico. A gente perguntou aos leitores e leitoras quem el@s gostariam de ver com perfilzinho aqui no blog, e Julimel sugeriu a bailarina preferida dela, Larissa Lezhnina. Então, vamos lá!

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Larissa (Foto: Het Nationale Ballet/ Reprodução)

Larissa integra o vasto time de bailarin@s russ@s que deixaram a terra natal para crescerem em companhias ocidentais – como Natalia Makarova, Mikhail Baryshnikov e Rudolf Nureyev. Larissa começou a dançar ainda criança, por incentivo da mãe. Foi uma das professoras dessa escola que viu o potencial dela e sugeriu que fizesse o teste para a Escola Vaganova, em Leningrado, e seguisse a carreira de bailarina profissional.

Da formatura, seguiu para o então Kirov (hoje ballet do Teatro Mariinsky), onde começou a crescer internacionalmente. Mesmo quando solista, Larissa já era reconhecida pela elegância nos palcos e, especialmente, por sua interpretação de Aurora em “A Bela Adormecida”. Em 1994, após alguns anos como principal da companhia de São Petersburgo, Larissa decidiu migrar para o Het Nationale Ballet. Ela tinha 25 anos. O motivo? “É impossível trabalhar com um diretor que te odeia”. Palavras da própria Larissa – o diretor, na época, era Oleg Vinogradov.

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Larissa em Serenade, de Balanchine, pelo Het Nationale Ballet (Foto: Reprodução)

Foi na companhia holandesa que Larissa realmente desabrochou. Para ela, que até então só tinha dançado peças extremamente clássicas, ousar em repertórios mais modernos, de coreógrafos como Ashton, Van Manen, Van Dantzig, Forsythe, e Tharp, foi muito gratificante. “Eu acho que é ótimo você exigir mais de si mesmo e tentar algo completamente diferente”, disse.

“Na época em que eu estava no Kirov, as únicas peças modernas que a gente tinha eram algumas de Balanchine e Robbins, que raramente eram apresentadas”. Mas, claro, os ballets preferidos continuaram sendo os clássicos, que ela cresceu apreciando e dançando.

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Nota pessoal: a primeira vez que vi Larissa dançando (sempre em DVDs e vídeos no YouTube, que fique claro!) foi numa apresentação de gala de divertimentos que o Kirov fez em Londres, em 1992, para a princesa Diana. Na época, Larissa dançou a suíte de Diana e Acteon com Faroukh Ruzimatov, outro bailarino brilhante. Eles tinham uma sintonia incrível!

Larissa se aposentou em 2014, após 20 anos como primeira bailarina no Het Nationale Ballet. Olha que lindo o vídeo de apresentação que a companhia fez dela!

Fonte: For Ballet Lovers Only

Ballet muda vidas nas favelas cariocas

Essa matéria linda veio de uma sugestão da leitora Paula Lima (obrigada!!!), e resolvemos traduzir para que todo mundo possa ter acesso. Basicamente, a Marie Claire americana resolveu ver o que algumas meninas no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, faziam na quadra vestidas de bailarinas.

O resultado é que uma escolinha de ballet, montada por Tuany Nascimento, de 22 anos, começou a fazer a diferença na vida de dezenas de meninas que têm, agora, aula de dança na escolinha Na Ponta dos Pés. Ao todo, são 49 alunas no projeto, que já tem dois anos.

Tuany conta que não tinha ideia de montar uma escola, mas sim de praticar sozinha depois que desistiu de ser profissional. “Eu vinha sozinha, mas sempre tinha uma ou outra menina que vinha ver o que eu estava fazendo e queria fazer também”. Foi daí que surgiu Na Ponta dos Pés, escolinha que oferece três aulas de dança duas vezes na semana.

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Mini bailarinas imitam a professora (Foto: Na Ponta dos Pés / Divulgação)

“Ballet clássico é uma das formas de arte que mais transformam a pessoa. Quando você está aqui você tem regras, disciplina, desafios… Tudo que você vai encontrar na vida real. Eu sei que não vou ter 49 bailarinas profissionais. Se tiver uma, maravilha! Mas vamos ter 49 bailarinas, meninas com a mente mais educada que vão buscar mais opções na vida, por um futuro melhor”, diz Tuany, que está cursando Educação Física na Faculdade Celso Lisboa.

“A maioria pensa: eu vou arranjar um trabalho perto de casa, depois vou ser mãe. Elas não ultrapassam os muros da comunidade, e eu quero mostrar que o mundo é muito maior do que isso e que existe chance pra todo mundo”.

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(Foto: Na Ponta dos Pés / Reprodução)

Além disso, é uma boa oportunidade de afastar o preconceito das pessoas – e policiais – em relação às favelas. “Não adianta muito trocar as armas dos traficantes pelas armas da polícia (diz, em referência à pacificação nas comunidades). O ideal é trocar as armas por uma luva de boxe, um computador, um par de sapatilhas”.

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