World Ballet Day 2016 – San Francisco Ballet

O World Ballet Day termina do mesmo jeito que começa: com uma companhia super inovadora. Dessa vez falamos do San Francisco Ballet, que, apesar de ser a primeira companhia dos Estados Unidos, está sempre trazendo novidades no repertório, nas coreografias originais e no elenco.

E que elenco! Basta dar uma olhadinha na aula para ver do que a gente tá falando. Temos a ex-Opéra de Paris Mathilde Froustey (bailarina favorita de Felipe), a russa prodígio Maria Kochetkova (a minha bailarina preferida da companhia!), o mito cubano Lorena Feijoo… A própria apresentadora, a ex-primeira bailarina Joanna Berman, comentou que eles têm bailarinos de várias nacionalidades, inclusive da Ásia, África e América do Sul. Vale lembrar que um dos primeiros bailarinos, Vitor Luiz, é brasileiro!

Aula

Mathilde sendo limpa e aristocrática
Mathilde sendo limpa e aristocrática

Quem ministra a aula é o maître de ballet Felipe Diaz, que também conduz alguns ensaios. A aula é bem técnica, com vários exercícios de alongamento de tendão e aquecimento da musculatura interna (como tendues e glissés rápidos).

No centro, VÁRIAS piruetas. De todas as formas, Com terminações diferentes. Eu mesma sofreria horrores nessa parte!

Mathilde Froustey não estava num dia muito inspirado para girar, mas a limpeza técnica dela é impressionante. Em todos os passos ela marca direitinho a intenção do movimento, raramente se conserta nas poses e tem aquela cara de francesa maravilhosa que te despreza. Mito!

Maria Kochetkova
Maria Kochetkova: uma primeira-bailarina alternativa!

Outro momento engraçado é ver como Maria Kochetkova fica sem graça diante das câmeras. Curioso, já que ela é super desenvolta em suas redes sociais. Ela faz aula com roupas super inusitadas: calção de boxe, meia de jogador de futebol e casaco com capote. Roupagem bem alternativa para uma primeira bailarina!

PS: Se isso ajudar a levantar a perna como ela e girar mais de quatro piruetas numa preparação, a gente veste qualquer coisa!

Ensaios

Diferentemente das outras companhias, o San Francisco Ballet nos presenteou com VÁRIOS ensaios durante sua transmissão. E abusaram da tecnologia enquanto isso: a GoPro voava na sala e chegava bem pertinho dos bailarinos, dando um ângulo diferente daqueles que estamos acostumados.

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Ensaio de Haffner Symphony

O primeiro foi Haffner Symphony,com  música de Wolfgang Amadeus Mozart e coreografia de Helgi Tomasson. Quem estavam nos papéis principais eram Sasha de Sola e Carlo Di Lanno. Não conhecia esse repertório, mas a música de Mozart realmente é algo diferente. O ouvido dança quando escuta! Adorei a coreografia: tem um jeito meio Nureyev de movimentação, com um passo em cada tempo de música, o que deve tornar os ensaios particularmente exaustivos.

Em seguida veio o trabalho original de Yuri Possokhov, com música de Ilya Demutsky. Achei bem legal o coreógrafo, ex-Bolshoi, dizer como ele prefere trabalhar: no caso dele com música criada especialmente para o ballet. Foi apenas a partir da música que ele teve a ideia do repertório, que tem a ver com marinheiros que se sacrificaram pela revolução socialista na Rússia. Achei histórico! No elenco temos a maravilhosa Lorena Feijoo, que carrega bastante na dramaticidade que a música pede.

frankenstein

Sucesso incontestável em Londres, quando estreou em maio pelo Royal Ballet, Frankenstein de Mary Shelley será apresentado em fevereiro pelo San Francisco Ballet. Segundo o San Francisco, o trabalho foi feito em parceria entre as duas companhias, e por isso o SFB tem o direito de apresentar logo após o Royal. O ensaio contou com os principais Joseph Walsh e Frances Chung nos papeis de Viktor Frankenstein e sua noiva, Elizabeth, no momento em que ele a pede em casamento. A música de Lowell Libermann é tenebrosamente linda: mesmo nas horas mais felizes ainda tem aquele pouquinho de macabro nas notas. A coregrafia de Liam Scarlett é bem suave, compatível com a música, e nossa, os bailarinos mandaram MUITO bem. Fiquei com mais vontade de assistir!

Diamonds, Pas/Parts e Cinderella também fizeram parte dos ensaios transmitidos pelo San Francisco. Como ficaria muuuuito grande analisar todos eles, preferimos ficar por aqui e convidar vocês a fazer essa resenha!

Quer ver nossa galeria de fotos? Clica aqui!

O San Francisco Ballet foi a última companhia que analisamos. Também tem post sobre o Australian Ballet, Bolshoi, Royal Ballet e National Ballet of Canada. Quer comparar com o que teve no ano passado? Dá uma olhadinha aqui!

O vídeo completo você encontra aqui:

World Ballet Day 2016 – National Ballet Of Canada

Mais um post para celebrar o #WorldBalletDay nosso de cada ano, evento que marcou a estreia do OITO TEMPOS como blog e que temos o prazer de acompanhar e resenhar para vocês!!

A quarta companhia que protagonizou a transmissão ao vivo foi o National Ballet Of Canada (quer ver o post do ano passado? clique aqui), que dessa vez faz sua transmissão em casa, na cidade de Toronto, já que ano passado estavam em turnê e realizaram o World Ballet Day durante a viagem.

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Aquecimento básico para começar o dia 🙂

De cara, começamos com a aula que é a minha parte favorita. Além de acompanharmos as extensões das linhas e técnica dos bailarinos também posso pegar alguns passos de inspiração para as minhas aulas (hehe). Muita roupa para aquecer e alongamento são essenciais antes da aula começar, e é claro, não podem faltar as bolinhas nossas de cada dia, item que somos muito adeptos aqui no blog (não é Ju?).

A aula foi comandada pelo professor Aleksandar Antonijevic de uma maneira bem tranquila com passos simples, prezando sempre a manutenção da técnica. Pausa para o professor falando com os bailarinos sobre a necessidade de levar a pirueta como um todo. Importante vermos como até mesmo companhias grandes passam pelos mesmos problemas de nós mortais náo é mesmo :-). Pausa Nº 2 para momento fisioterapia com o bailarino Naoya Ebe, parte do processo de ser um bailarino de alto rendimento. E pausa Nº 3 para falar o quanto a galera do blog achou super legal o look jovial e descontraído do nosso professor, continue assim!!

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Melhor professor: SIM ou COM CERTEZA?

Karen Kain, diretora artística da companhia falou sobre os repertórios da companhia para a temporada: Onegin, Lago dos Cisnes, Cinderella e O Quebra-Nozes, repertórios de peso dentro do ballet clássico. Além da maravilhosa estreia do Ballet Pinnochio : o que estamos ansiosos para ver se sai algum pedacinho no canal deles para o público. A companhia esse ano comemora sua 65ª Temporada. Parabéns aos envolvidos!!

Ensaios:

Cinderella com certeza foi o carro chefe da transmissão desse ano, ocupando quase metade do tempo, onde tivemos ensaio das fadas mais os homens cabeça-de-abóbora (cena muito interessante por sinal!), onde a companhia ainda afina os pontos da coreografia. A bailarina Sonia Rodriguez nos apresenta o backstage da produção durante os ensaios: sapatos, perucas e figurino da obra que envolve muitos profissionais.

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Fadas de Cinderela

O próximo ensaio foi do ballet Onegin, criado em 1964 pelo renomado coreógrafo John Cranko. Algumas cenas mais simples de mise en scéne (atuação durante o espetáculo de ballet) e danças de grupo, que demandam sincronia do grupo. É um repertório pouco conhecido por nós do blog, o que não quer dizer que tenhamos menos vontade de vê-lo.

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Corpo de Baile de Onegin

Durante o streaming do evento, tivemos a grata interrupção do Boston Ballet e do Miami City Ballet apresentando suas instalações e os ensaios de suas temporadas. Mas, calma! Não se preocupem que nós nos lembramos deles sim, mas isso é assunto para outro post (surpresa!).

Confira a nossa galeria de fotos:

 

World Ballet Day 2016 – Bolshoi

O Bolshoi fez de tudo para atrapalhar nossa resenha, mas não contou com a astúcia da nossa leitora Joana Medeiros (MUITO obrigada!), que nos mostrou o caminho das pedras para encontrar a transmissão da companhia. Para ter acesso ao vídeo, basta fazer um cadastro no site do próprio Bolshoi, clicar na aba ‘video’ e assistir. É fácil e super simples!

A companhia quer mesmo mostrar que está focada em inovação, tanto é que a primeira coisa que aparece no streaming são as turmas infanto-juvenis (algo que senti falta nos demais ballets!), com entrevista com alunos e professores. A técnica de ensino do Bolshoi, que já foi questionada e até mesmo criticada por aqui, foi abordada logo de cara. Achei interessante essa forma mais direta de lidar com o público.

Meninos fofinhos que sonham em ser os novos Baryshnikovs (Foto: Reprodução)
Meninos fofinhos que sonham em ser os novos Baryshnikovs (Foto: Reprodução)

O Bolshoi realmente usou o World Ballet Day como promoção da companhia: teve entrevista com diretor artístico, coreógrafo, professor… Achei meio exagerado, até, porque só tinha gente falando maravilhas do ballet russo, da companhia, da escola, de como lá é o ‘berço’ do ballet clássico… Menos, né? O Bolshoi realmente se mantém como uma das maiores companhias do mundo e os russos continuam nos presenteando com bailarinos e bailarinas incríveis. Mas o resto do mundo também 🙂

Aula, mesmo, só depois de mais de uma hora de transmissão. E foi com o mesmo professor do ano passado, Boris Akimov, que é uma figura! Mais uma vez, o que dá pra notar é que o foco das aulas é na extensão de pernas e braços, marca registrada do método russo. Isso fica beeeem claro nos adagios e port de bras. Mas achei interessante que no centro tem um passo específico de fondue (!) com piruetas. Bolshoi inovando.

Não teve muita interação dos bailarinos com a transmissão, salvo quando diretamente abordados pela apresentadora. A disciplina é muito mais rígida em comparação com outras companhias – os bailarinos não brincam muito, não fazem muitas gracinhas ou mesmo falam com o professor. Quem faz ballet há algum tempinho vai se identificar com essa metodologia, que era abordada aqui no Brasil por professores, maîtres e dames de ballet até algum tempo atrás!

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Professor bom é o que faz o passo e ainda se alonga! (Foto: Reprodução)

E o melhor foi deixado para o final! Os ensaios foram de Jewels de George Balanchine (no programa consta Diamonds, mas, como apontou a Julimel, em Jewels a coreografia com tutu romântico é Emeralds), e The Golden Age, de Yuri Grigorovich – coreógrafo contemporâneo (apesar dos seus 89 anos) e uma das apostas do Bolshoi. Gostei muito das coreografias dele que assisti, como O Lago dos Cisnes e Spartacus, e o original A Flor de Pedra, com música de Sergei Prokofiev.

Jewels foi ensaiado no palco (amo!), já com orquestra e simulação de figurino, e The Golden Age foi em sala, no piano – o que dá a impressão que esse ballet começou a ser ensaiado há pouco tempo. Achei bem interessante a escolha desses repertórios para acompanhar, porque mostra dois estágios bem distintos de produções.

Marcação no palco com orquestra de Diamonds, de Balanchine (Foto: Reprodução)
Marcação no palco com orquestra de Jewels, de Balanchine (Foto: Reprodução)

 

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World Ballet Day 2016 – Royal Ballet

A gente bem que tentou publicar os posts respeitando a cronologia do World Ballet Day 2016, mas não deu! Esperamos o máximo que pudemos para ver se o Bolshoi, segunda companhia a fazer a transmissão, liberava o vídeo, mas isso não aconteceu – e infelizmente não sabemos se vai acontecer. Dedos cruzados!

Por isso, pulamos da primeira companhia, The Australian Ballet, direto para a terceira, The Royal Ballet – uma das mais queridinhas do mundo!

Mesmo um pouco carente de estrelas – Carlos Acosta, Tamara Rojo e Alina Cojocaru, grandes nomes que marcaram os palcos do Covent Garden, saíram do Royal nos últimos anos – a companhia britânica ainda tem prestígio de sobra e talentos tanto no campo coreográfico como no elenco.

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Algumas apostas são Steven McRae, o australiano que vem bombando em interpretações contemporâneas solo e arrasando nos clássicos, e a deslumbrante Natalia Osipova, russa que arrebatou o coração de Sergei Polunin, também ex-Royal, e talvez o maior bailarino da atualidade. Tem também Iana Salenko, ucraniana principal do Staatsballet Berlin que dança como convidada. Nenhuma das duas, ou Yuhui Choe (minha bailarina do Royal preferida!) participaram da aula. Em compensação, tivemos três (e não duas! Obrigada, Joana) brasileiras lá: Letícia Dias,  artista, Letícia Stock, primeira artista, e Mayara Magri, solista. Além delas temos Roberta Marquez, bailarina principal, na companhia. Infelizmente ela não apareceu nesse World Ballet Day!

O que mais gostei foi que chamaram a diva musa maravilhosa impecável mitológica Darcey Bussell (quer saber mais sobre ela? Clica aqui!) para comentar a aula. Ela se aposentou da companhia em 2012, depois de 20 anos lá. Ela é uma querida, e dava altas dicas de como funciona para o bailarino as aulas técnicas do início do dia. Como falamos antes, é um momento para aquecer o corpo e prepará-lo para os ensaios do dia, mas também é um momento importante para turbinar a técnica. Por isso não devemos esquecer das aulas no fim do ano e apenas privilegiar os ensaios!

Na barra, Steven McRae usou uma GoPro para mostrar o que os bailarinos vêem durante os passos. Achei a iniciativa interessante, mas o resultado não ficou tão bom… Achei que os ângulos que a câmera mostrava não correspondiam ao que a gente acaba vendo quando dança. Mas é legal ver que uma companhia tão tradicional vem abraçando a tecnologia nas aulas!

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Principal do Royal Ballet fez aula com GoPro no corpo (Foto: Reprodução)

Ensaios

O primeiro e talvez mais impactante é Anastasia, agora sim com Natalia Osipova! Eu não conhecia esse repertório, que tem coreografia de Kenneth Macmillan, por isso adorei a explicação da diva Darcey sobre a cena. É menos dançante e mais teatral, já que é um momento de autodescoberta da protagonista. Exige uma interpretação muito intensa, o que Osipova sabe fazer com maestria.

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Natalia Osipova interpreta a filha perdida da realeza russa (Foto: Reprodução)

Antes do ensaio seguinte, o Royal mostrou um pouquinho do programa social da companhia, Chance to Dance, que recebe meninas e meninos que não têm condição de pagar por aulas de dança na Royal Ballet School. É uma ação de integração social que acaba levando o ballet a lares que normalmente não conheceriam a dança clássica, o que acaba trazendo um público diferente para o Covent Garden e o Opera House. Pra gente, que fala sempre que pode sobre os benefícios da inclusão na dança, ver isso é um deleite!

Marianela Núñez, que no ano passado acabou não participando do World Ballet Day, apareceu em ensaio de La Fille Mal Gardée com Vadim Muntagirov, bailarino revelado pelo English National Ballet que já chegou como principal no Royal. E dá para ver por quê: mesmo muito jovem – ele tem 26 anos – ele tem a serenidade dos bailarinos mais experientes, linhas incríveis e altura. Não são muitos que podem dançar de igual para igual com Marianela (tanto tecnicamente quanto fisicamente!) e ele tira de letra.

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Vadim Muntagirov e Marianela Núñez ensaiam La Fille Mal Gardée (Foto: Reprodução)

O meu repertório preferido, A Bela Adormecida, teve ensaio! E foi com dois bailarinos novinhos em folha, recém-saídos do Royal Ballet School. Formado em 2013,  Matthew Ball ensaiava seu primeiro trabalho como solista no World Ballet Day do ano passado, e Yasmine Naghdi, primeira-solista da companhia, formou na escola do Royal em 2010. Além do mais, ver Darcey Bussell acompanhando os dois novinhos e dando dicas primordiais é incrível!

Eis o vídeo completo:

Quer ver nossa resenha do ano passado? Clica aqui!

Mais fotos? Veja nossa galeria:

 

World Ballet Day 2016 – Australian Ballet

Tradicionalmente responsável por abrir o World Ballet Day (quer rever a participação deles em 2015? Clica aqui!), o Australian Ballet também tem um dos ambientes e das aulas mais ‘gostosas’ de assistir e fazer. Toda vez que a gente senta para ver e rever os primeiros momentos da companhia, Felipe sai inspirado e sempre coloca alguns passos nas aulas livres. Eu, claro, saio ganhando!

Uma das coisas mais bacanas do Australian Ballet também, na minha opinião, é que essa é uma companhia que adora inovar. Nesse ano, mesmo, teve montagem do Wayne McGregor (coreógrafo do Royal Ballet), ao vivo no próprio World Ballet Day. Uma das montagens mais legais deles são dos clássicos, como Cinderella de Alexei Ratmansky e O Lago dos Cisnes de Graeme Murphy. (Se quiser procurar para baixar tem no nosso blog parceiro, Vídeos de Ballet Clássico!)

Nesse ano não foi diferente: a aula do professor e maître de ballet Tristan Message é bem funcional e simples: desde a barra até os passos nos centros os passos são de baixa complexidade e o objetivo maior é trabalhar ao máximo as extensões, fondues, pliés, o equilíbrio… Essa primeira aula é para aquecer o corpo para os ensaios, então o ideal é que o bailarino termine a aula pronto para ensaiar, e não exausto!

Outra coisa importante: os bailarinos estão voltando de um período de folga! Muitos deles preferem ‘economizar’ nas pernas altas, giros, etc, justamente para não lesionar. O próprio Tristan comenta isso no primeiro passo do centro, quando diz que a pirueta é facultativa. Acho válido que mais professores se inspirem, viu, Felipe? 😀

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Amy Harris ensaiando Nijinsky, que estreia na semana que vem na Austrália!

 

Dos ensaios – nesse dia foram o pas de quatre de O Lago dos Cisnes, Spartacus, O Corsário, Coppélia e Nijinsky, o que achei mais legal de assistir foi Nijinsky, com coreografia de John Neumeier e música de Rismky Korsakov. A história desse ballet é do próprio bailarino e coreógrafo, e tem algumas referências de obras dele, como A Tarde do Fauno, embebidas na coreografia, o que é uma delícia de ver! Não é um ballet extremamente clássico, mas tem passos tradicionais e a bailarina (no ensaio, a maravilhosa Amy Harris, minha bailarina preferida do Australian Ballet) estava de ponta. Fiquei muito interessada em conhecer esse repertório!

Quer assistir à participação completa do Australian Ballet – e  das companhias convidadas Hong Kong Ballet, West Australian Ballet e Queensland Ballet ? Veja aqui! O link expira em novembro de 2016.

 

 

Alguns dos meus momentos preferidos:

 

Agachamento para bailarinos

Pode até não parecer, mas alguns exercícios não-convencionais para bailarinos podem melhorar bastante o rendimento em sala e nos palcos. Isso é porque a gente se acostuma a trabalhar e utilizar sempre os mesmos músculos (e da mesma forma!) nos alongamentos e nas aulas. E o que pode acontecer é alguma lesão por repetição (já falamos sobre essas chatas por aqui).

Além de fortalecer a musculatura – o que por si só já é excelente! – essa série simples de agachamentos pode te ajudar no en dehors ou turnout, o calo de muitos bailarinos e bailarinas (meu, inclusive)!

agachamento-de-bailarinasAgachamento com thera-band:

Você vai precisar de uma thera-band e espaço livre. Separe as pernas um pouco além do espaço entre os ombros, e amarre a thera band nas coxas, um pouco acima do joelho, para delimitar esse espaço. Leve as mãos para frente e comece o agachamento.

Desça o máximo que conseguir equilibrando bem o peso entre as duas pernas. A ideia é forçar os adutores internos da coxa e do quadril, que estão sendo estimulados pela thera-band.

Agachamento na parede:

Para esse exercício você só precisa de uma parede e um pouco de espaço. Fique com as pernas paralelas ou com um leve en dehors (bem leve, para não acabar forçando os joelhos!), de costas para a parede. Coloque uma perna para trás, tocando o metatarso do pé na parede, e divida o peso entre as duas pernas.

Agache na perna de base e tente manter as costas retinhas, o máximo que conseguir. Tudo bem se acabar levando o tronco um pouquinho para frente, o importante é não fazer um ‘calombo’ com as costas. Esse movimento vai fortalecer ainda mais os glúteos (alô, en dehors)!

Quando você já estiver dominando esse exercício, experimente fazer sem a parede. Dessa forma, o trabalho no core fica ainda mais desafiador, e exige mais do abdômen!

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Repetições:

O ideal é sempre variar de um dia para o outro, justamente para não ‘acostumar’ os músculos. Experimente fazer 3 séries de 10 repetições num dia num tempo mais moderado, e depois alternar para uma série de 10 repetições, segurando em isometria cinco segundos na posição embaixo. O ideal é fazer os exercícios dia sim, dia não.

 

A postagem original é da Pointe Magazine, que você acha aqui!

Quer mais exercícios? Veja aqui!