Eis que começamos mais um World Ballet Day com essa companhia que esbanja bom humor, animação e felicidade logo cedo – tudo bem que a aula é à tarde, mas, mesmo assim, confesso que invejo a alegria dessa galera do Australian Ballet, inclusive acho válido programar uma viagem para Melbourne e ver o que tem nessa água…
Brincadeirinhas à parte, já falei aqui que o Australian (primeira das cinco companhias que completam a grande de programação do World Ballet Day) se tornou uma das minhas companhias preferidas nos últimos anos especialmente por causa da diversidade no corpo de baile e solistas e por incorporar trabalhos modernos e autorais aos clássicos. Recomendo assistir à releitura de O Lago Dos Cisnes, disponível no blog parceiro Vídeos De Ballet Clássico!
E neste ano a companhia só fez reforçar esse meu sentimento de admiração. Já na aula podemos ver como os bailarinos se dão bem entre eles e a professora, Elizabeth Toohey (acho isso tão, mas tão legal, especialmente porque podemos ver em outros ballets que essa interação não acontece).
Mais uma vez, os passos da barra são bem simples e funcionais, especialmente se comparados aos de outras companhias (alô, Bolshoi!), e dá para ver que é tudo programado para ‘acordar’ o corpo e prepará-lo para o centro. Lá o nível sobe visivelmente, mas ainda assim a ideia é não cansar tanto os bailarinos por conta dos ensaios. Dos que eu conheço consegui reconhecer as principais Lana Jones e Ako Kondo, e Lisa Ann Craig, do corpo de baile!
Mas uma coisa que me chamou muito a atenção foi o cuidado que Toohey tem com a limpeza dos movimentos. Ela sempre cobrava dos bailarinos uma quinta bem fechada, lembrava de sustentar as pernas en dehors – e especialmente na perna de base – e uma dica excelente que ela deu para fazer piqués durante o centro prático foi de usar o quadril, e não os pés – pois isso ‘pesa’ o passo e ‘puxa’ a perna de base para fora da sustentação. Intrigante!
Vamos aos ensaios? Aliás, que ensaios! Teve Suite en Blanc, de Serge Lifar (que já apareceu por aqui antes!) com Ako Kondo, a artista senior Dimity Azoury e corpo de baile, conduzido por Fiona Tonkin. Pessoalmente adoro a organização do corpo de baile nesse repertório e as coreografias dos solistas são especialmente desafiadoras.
Logo depois teve um queridinho meu: Grand Pas Classique, com Lana Jones e o coryphé Brodie James. Essa é a primeira grande participação dele num ballet, pelo que entendi da entrevista, e, apesar de meio nervoso, deu pra ver que o garoto tem talento. E altura, benza deus! Sobre Lana, desde que a vi em A Bela Adormecida fiquei encantada pela graciosidade e pelo equilíbrio dela, por isso não fiquei surpresa em vê-la tão bem nesse repertório.
Que. Controle. Minha. Gente. Palmas para ela mesmo, fica devendo em nada a Sylvie Guillem ou Elizabeth Platel, musas de Nureyev que são bailarinas icônicas desse repertório. Poucas vezes eu vi uma bailarina fazer posé pirouette na velocidade que ela fez e mantendo o passé bem retinho, na altura do joelho. Ganhou meu respeito!
Em seguida, ensaio de Cinderella, um ballet que estou aprendendo a gostar! No repertório, mais uma vez Dimity, desta vez como a protagonista, e super graciosa com o tutu romântico.
Mais fotos na galeria!
Ainda tem MUITA coisa para ver, a transmissão completa dura CINCO horas! Se você achou que ficou faltando falar de alguma coisa especial, comenta que a gente atualiza o post!
Segue o link para a transmissão completa (válido até 6 de novembro de 2017):
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