World Ballet Day 2018 – Australian Ballet

WorldBalletDay

Outubro chegou e, para quem vive no meio da dança, isso significa duas coisas: temporada de ensaio (vem, festival!) e, claro, o World Ballet Day! Essa transmissão que contempla cinco das maiores companhias de dança do mundo já se tornou tradição.

E, desde 2015, a gente acompanha tudinho e deixa aqui nosso registro!

(Quer ver nossos arquivos? Clique aqui para 2015, aqui para 2016 e aqui para 2017).

Tegan e David
Apresentação foi criticada por internautas. (Foto: Reprodução)

Como em todos os anos, o Australian Ballet faz a abertura da transmissão. Muita gente criticou a participação da apresentadora, Tegan Higginbothan, e dos profissionais que comentavam a transmissão com ela (na aula, foi David McAllister, diretor artístico da companhia, enquanto nos ensaios foi o bailarino Jarryd Madden, artista sênior).

Realmente teve muita conversa, muitas curiosidades e bastante explicação na parte do Australian. Mas eu, sinceramente, não me senti incomodada. Acho legal que esse evento seja atraente tanto para quem não entende muito de ballet (passo, logística, a hierarquia das companhias) quanto pra quem já manja da coisa. Saí mais culta!

A aula foi ministrada por Fiona Tonkin, “coach” principal do Australian. Babei nas demonstrações dos passos! Que pés lindos, que limpeza nos movimentos! Um arraso. E não é para menos: Fiona foi primeira bailarina da companhia e está aposentada dos palcos desde 1993. Ela e David, aliás, dançaram juntos! Quer ver? Tem um vídeo aqui!

Fiona Tonkin
Fiona Tonkin, senhoras e senhores! (Foto: Reprodução)

A aula dela é muito, muito técnica. Na barra, muitos tendues e exercícios de aquecimento da musculatura interna da coxa. Ela pede um atenção nas posições, especialmente em passagens no passo (por exemplo, marcar bem a primeira posição no ronde de jambe) e sobretudo agilidade no fechamento das quintas.

No centro, mais do mesmo. São vários passos no centro prático, com tendues, mudança de direção e transferência de peso. A transição para as piruetas é suave: primeiro um relevé, depois uma pirueta simples e só depois duplas e triplas. Achei interessante!

O adagio é beeeeeeem difícil! Muita transferência de peso e promenade. Até Jarryd reclamou… Os allegros tinham muitas baterias e combinações mais complexas. Achei os grandes saltos a parte mais difícil da aula! Mas, em compensação, o pessoal saiu ‘prontinho’ pros ensaios!

Adagio no centro
O adagio da morte! (Foto: Reprodução)

Falando em ensaios…

O primeiro ganhou meu coração com bondade: a ‘visão’, do segundo ato d’A Bela Adormecida, parte um pouco ‘desconhecida’ desse clássico. E gostei ainda mais porque Amy Harris, uma das minhas bailarinas preferidas do Australian Ballet – recentemente promovida a artista principal – interpretava a Fada Lilás. Robyn Hendricks e Ty King Wall eram Aurora e Désiré, respectivamente.

A Bela Adormecida
Ensaio d’A Bela Adormecida (Foto: Reprodução)

A parte alta foi ver a limpeza do corpo de baile a as orientações da répetiteur Elizabeth Toohey. Tudo mi-li-me-tri-ca-men-te inspecionado. Boas dicas para quem ensaia ou faz parte de corpo de baile!

Tivemos ensaios de Cinderella, Coppélia, Giselle e Aurum, coreografia de Alice Topp que faz parte um projeto contemporâneo, Verve, que reúne trabalhos de profissionais australianos. Achei a coreografia maravilhosa, em especial o duo de Coco Mathieson e Adam Bull.

Contemporâneo
Coco Mathieson e Adam Bull em Aurum, de Alice Topp (Foto: Reprodução)

O último ensaio foi Spartacus. Confesso que esse não é, nem de longe, meu ballet preferido. Mas adorei a dinâmica e a entrega dos bailarinos. A química entre Robin e Kevin Jackson é incrível!

E o ensaio da cena de luta é bem divertido… Vale a pena conferir!

No final, fiquei triste de não ver Lana Jones, outra bailarina do Australian Ballet que adoro. Mas fiquei feliz em ver que ela vai dançar Sylvia, ballet que está na programação de 2019 da companhia. Agora é aguardar a produção!

Veja a participação do Australian Ballet aqui:

Galeria de fotos:

World Ballet Day 2017: National Ballet of Canada

Eis que temos mais um post do #WorldBalletDay, e a companhia da vez é o National Ballet of Canada. Ela é uma das companhias que, com as transmissões ao vivo aprendemos a gostar e conhecer melhor.

Começamos pela aula, comandada desta vez pelo Cristopher Stowell. Essa é uma das partes favoritas dos nossos blogueiros Felipe e Juliana: ele, por conta das ideias para aulas livres e dicas extras dos mestres, ela, para se guiar no que funciona para os bailarinos que admira e utilizar no seu dia-a-dia de aula!

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Pernas altas no adágio da barra. Foto: Reprodução/Youtube

A barra é relativamente simples com objetivo de preparar o corpo para o centro e ensaios posteriores. Nada de complexo por aqui! Os bailarinos começam vestidos com roupas e acessórios que permitem aquecer a temperatura corporal afim de evitar lesões. A medida que se aquecem, eles vão tirando as roupas para ficarem com malhas e collants apenas. Podemos perceber também que cada um executa certos passos a seu modo, sem seguir uma sequência necessariamente lógica (como por exemplo, no plié): eles usam esse momento de aula para alongar ou trabalhar o que se adequa aos seus corpos, caso estejam se recuperando de lesão ou com algum trabalho específico que precisam para os ensaios.

Passada a barra, o centro traz também exercícios simples, com objetivo de trazer o eixo do corpo de baile. A parte mais engraçada do centro foi o “AHW” coletivo com 2 tempos de promenade na segunda posição do adágio. Realmente nos sentimos representados por esse momento! Hihi.

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O famoso promenade em dois tempos! Foto: Reprodução/Youtube

Algumas bailarinas no centro optam por não usarem sapatilhas de ponta, já que não é uma condição obrigatória.

Uma curiosidade: 13 das bailarinas da companhia já são mamães, incluindo as primeiras bailarinas Greta Hodgkinson e Svetlana Lunkina.

E então, começamos os ensaios! Paz de La Jolla é o primeiro. O ballet foi criado em 2013 pelo coreógrafo Justin Peck para os bailarinos do New York City Ballet. A presença marcante da música de Bohuslav Martinu faz esse ballet parecer delicioso aos olhos e ouvidos. A movimentação deles é bem fora do que costumamos ver em ballets de repertório.

O segundo trabalho apresentado é Nijinsky. Criado por John Neumeier, Nijinsky é uma homenagem à memória desse que foi o bailarino que mudou a história da dança como a conhecemos. Vários dançarinos diferentes interpretam seu papel durante o repertório, apresentando personagens marcantes pelos quais Nijinsky foi imortalizado.

Finalizando a transmissão, temos The Winter’s Tale, repertório já adotado pela companhia há algum tempo em suas temporadas (também incororado pelo Royal Ballet).

Confira a transmissão que foi para o Youtube + nossa galeria abaixo:

 

Veja mais posts do World Ballet Day 2017:

Australian Ballet

Royal Ballet (parte 1)

Royal Ballet (parte 2)

Quer ler nossos especiais do World Ballet Day? Veja abaixo:

World Ballet Day 2016

World Ballet Day 2015

World Ballet Day 2017: Royal Ballet parte 1

Assim como aconteceu no ano passado, não conseguimos respeitar a ordem cronológica do #WorldBalletDay nas nossas postagens porque o Bolshoi demora um pouquinho mais que as outras companhias para disponibilizar o vídeo da transmissão em seu site oficial. Mas assim que isso acontecer vamos resenhar essa que é uma das maiores fábricas de talento do mundo da dança!

Vamos então ao Royal Ballet, uma companhia que já se firmou entre as melhores do mundo e que passa, nos últimos anos, por uma reformulação no quadro de bailarinos solistas e principais.

Royal Ballet
Alexander Campbell, da sala de aula para a TV! (Fotos do YouTube)

Uma coisa que achei bem legal foi, neste ano, chamar o principal Alexander Campbell – além da principal character Kristen McNally (que já tinha participado no ano passado) – para ajudar na apresentação.

Um insight: Na transmissão de 2015, Campbell ensaiou com Yuhui Choe o pas de deux Two Pigeons. E já acompanhamos um ensaio de Kristen aqui, em que ela aprendia com Monica Mason a se tornar a Carabosse d’A Bela Adormecida.

Juntos, os dois conseguem trazer a perspectiva dos bailarinos em atividade para as filmagens. Ponto para o ballet da rainha!

A aula da professora convidada Olga Evreinoff é daquelas bem gostosinhas de fazer: super simples, pra gente ir amaciando e aquecendo a musculatura e ir forçando aos poucos. Na barra, muitos tendues com velocidade crescente para ‘ligar’ os tendões e treinar bastante a passagem do pé no chão na hora das fechadas em quinta.

Royal Ballet
Muitos tendues na barra! (Foto: Reprodução/ YouTube)

A sequência era sempre bem facilzinha de gravar. Algo que achei bem legal foi ela sugerir fazer rises na meia ponta após o grand battement, aproveitando que a musculatura já estava super aquecida, para ajudar os passos no centro. Haja panturrilha!

No centro, alguns velhos conhecidos apareceram para nosso deleite! O ruivíssimo Steven McRae,  Vadim Muntagirov, Sarah Lamb e Laura Morera fecham o time dos principais. Temos ainda presença brasileira na aula, com Leticia Dias (de calça vermelha colorida na barra do centro) e Leticia Stock (de collant rosa).

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Marianela sentida por não participar ao vivo da transmissão neste ano

Dessa vez não tivemos a participação ao vivo Marianela Núñez, que estava em apresentação especial no Teatro Colón, na Argentina – sua terra natal. Para sua presença não passar em branco, a diva gravou um videozinho para os fãs. Achamos fofo!

Nessa primeira parte temos também alguns ensaios. O primeiro deles é The Dreamers Ever Leave You, com Alexander Campbell deixando o microfone de lado para ensaiar com as novas principais (e duas das principais estrelas em ascensão do Royal) Francesca Hayward, e Yasmine Naghdi, e também com o principal Ryoichi Hirano. Quem conduziu foi o assistente de coreografia Johannes Stepanek.

Ensaio Dreamers
Alexander Campbell volta à sala de aula com Francesca Hayward

Depois de uma breve e deliciosa participação do English National Ballet (como não amar uma companhia que reúne Tamara Rojo como principal E diretora artística, Alina Cojocaru e Cesar Corrales?), voltamos ao Covent Garden com ensaios de As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, um dos repertórios mais criativos e lúdicos da companhia nos últimos anos.

A primeira parte do Royal encerra com a participação especial do Scottish Ballet e do Royal Ballet School!

Veja a primeira parte da transmissão aqui:

 

Mais fotos na galeria:

 

Veja mais da nossa cobertura do World Ballet Day 2017:

Australian Ballet

Nosso acervo:

World Ballet Day 2016

World Ballet Day 2015

World Ballet Day 2017: Australian Ballet

Eis que começamos mais um World Ballet Day com essa companhia que esbanja bom humor, animação e felicidade logo cedo  – tudo bem que a aula é à tarde, mas, mesmo assim, confesso que invejo a alegria dessa galera do Australian Ballet, inclusive acho válido programar uma viagem para Melbourne e ver o que tem nessa água…

Brincadeirinhas à parte, já falei aqui que o Australian (primeira das cinco companhias que completam a grande de programação do World Ballet Day) se tornou uma das minhas companhias preferidas nos últimos anos especialmente por causa da diversidade no corpo de baile e solistas e por incorporar trabalhos modernos e autorais aos clássicos. Recomendo assistir à releitura de O Lago Dos Cisnes, disponível no blog parceiro Vídeos De Ballet Clássico!

E neste ano a companhia só fez reforçar esse meu sentimento de admiração. Já na aula podemos ver como os bailarinos se dão bem entre eles e a professora, Elizabeth Toohey (acho isso tão, mas tão legal, especialmente porque podemos ver em outros ballets que essa interação não acontece).

Australian Ballet em aula
Sala cheia na primeira aula da transmissão! (Foto: Reprodução / YouTube)

Mais uma vez, os passos da barra são bem simples e funcionais, especialmente se comparados aos de outras companhias (alô, Bolshoi!), e dá para ver que é tudo programado para ‘acordar’ o corpo e prepará-lo para o centro. Lá o nível sobe visivelmente, mas ainda assim a ideia é não cansar tanto os bailarinos por conta dos ensaios. Dos que eu conheço consegui reconhecer as principais Lana Jones e Ako Kondo, e Lisa Ann Craig, do corpo de baile!

Mas uma coisa que me chamou muito a atenção foi o cuidado que Toohey tem com a limpeza dos movimentos. Ela sempre cobrava dos bailarinos uma quinta bem fechada, lembrava de sustentar as pernas en dehors – e especialmente na perna de base – e uma dica excelente que ela deu para fazer piqués durante o centro prático foi de usar o quadril, e não os pés – pois isso ‘pesa’ o passo e ‘puxa’ a perna de base para fora da sustentação. Intrigante!

Vamos aos ensaios? Aliás, que ensaios! Teve Suite en Blanc, de Serge Lifar (que já apareceu por aqui antes!) com Ako Kondo, a artista senior Dimity Azoury e corpo de baile, conduzido por Fiona Tonkin. Pessoalmente adoro a organização do corpo de baile nesse repertório e as coreografias dos solistas são especialmente desafiadoras.

Lana Jones
Lana Jones e o solo do Grand Pas Classique (Foto: Reprodução/ YouTube)

Logo depois teve um queridinho meu: Grand Pas Classique, com Lana Jones e o coryphé Brodie James. Essa é a primeira grande participação dele num ballet, pelo que entendi da entrevista, e, apesar de meio nervoso, deu pra ver que o garoto tem talento. E altura, benza deus! Sobre Lana, desde que a vi em A Bela Adormecida fiquei encantada pela graciosidade e pelo equilíbrio dela, por isso não fiquei  surpresa em vê-la tão bem nesse repertório.

Que. Controle. Minha. Gente. Palmas para ela mesmo, fica devendo em nada a Sylvie Guillem ou Elizabeth Platel, musas de Nureyev que são bailarinas icônicas desse repertório. Poucas vezes eu vi uma bailarina fazer posé pirouette na velocidade que ela fez e mantendo o passé bem retinho, na altura do joelho. Ganhou meu respeito!

Em seguida, ensaio de Cinderella, um ballet que estou aprendendo a gostar! No repertório, mais uma vez Dimity, desta vez como a protagonista, e super graciosa com o tutu romântico.

Mais fotos na galeria!

Ainda tem MUITA coisa para ver, a transmissão completa dura CINCO horas! Se você achou que ficou faltando falar de alguma coisa especial, comenta que a gente atualiza o post!

Segue o link para a transmissão completa (válido até 6 de novembro de 2017):

 

Quer ler nossos especiais do World Ballet Day? Veja abaixo:

World Ballet Day 2016

World Ballet Day 2015

Vídeo da Semana #28!

Eu amo a rotina de aula. Sério mesmo! Adoro que, no ballet, os passos têm uma sequência lógica pra acompanhar o aquecimento do corpo.

Adoro também que bailarin@ é um bicho tão apaixonado pelo que faz que carrega na cara (e no corpo!) resquícios da dança. Quem nunca parou numa quarta posição enquanto falava com alguém? Fez um penchée pra pegar alguma coisa no chão? Esticou a ponta pra começar a andar?

Felipe dando aula no Ballet Marília Nascimento

Por isso que esse #videodasemana é o da leitora (e coleguinha de ballet!) Clara Gibson, que filmou uma aula/ensaio no Ballet Marília Nascimento, em Salvador, e o resultado ficou bem fiel à nossa realidade.

Além do mais, você pode ver Felipe tirando onda como professor! 😁

Mandaram bem, bailarinos!

O vídeo foi produzido pela bailarina através do Núcleo de Práticas Comucacionais (Nuprac) da Universidade Jorge Amado, na capital baiana.
Pode apertar o play!

Quer mais #videodasemana? Veja nosso acervo!