World Ballet Day 2017: Royal Ballet parte 2

Assim como o Royal Ballet, decidimos dividir a resenha em duas partes para que vocês pudessem aproveitar melhor cada momento comentado por nós. E como tudo o que é bom vem em dobro… confira o que houve de melhor na segunda parte dessa transmissão!! Demorou, mas chegou!!!

Para conferir a primeira parte de nossa resenha, clique aqui!

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Ensaios atenciosos de Jeux. Fotos: Reprodução/YouTube.

Já sabemos de cara que vamos gostar da segunda parte quando vemos a mais nova primeira bailarina, Yasmine Naghdi, no ensaio de Jeux.

A repetiteur Rosaly Whitten comanda e cuida para que a precisão de tempo dos bailarinos seja perfeita. Ainda contamos com nosso novo principal favorito Vadim Muntagirov e a primeira artista (brasileira!) Isabella Gasparini.

The Judas Tree é o repertório que dá seguimento aos ensaios do dia, dessa vez contando com o bailarino principal brasileiro Thiago Soares (ele que se juntou à companhia em 2002 e atua como principal desde 2006). O ballet foi criado em 1992 por Kenneth MacMillan, considerado um de seus ballets mais controversos. A música se apresenta de forma bem marcante e forte durante todo o ensaio, e aparentemente uma coreografia bem sensual, também, como mostra Lauren Cuthbertson.

Vemos apenas o Reece Clarke como solista ensaiando entre os demais que são bailarinos principais (além do Thiago e da Lauren, temos também o Edward Watson). Ele conta que é uma grande oportunidade estar ensaiando com eles. A gente por aqui só imagina como deve ser incrível!

The Judas Tree faz parte de uma celebração nacional do 25º aniversário de morte de Kenneth MacMillan, ele que foi diretor artístico e revolucionou o Royal com belos repertórios icônicos, como: Romeu e Julieta, Mayerling e Manon, peças que fazem parte da companhia até hoje. O English National Ballet também faz parte da celebração, apresentando outra das criações aclamadas de MacMillan: Song of the Earth.

Elite Syncopations foi de longe o repertório que mais gostamos dentro da transmissão. Ver Laura Moreira junto com as solistas Yuhui Choe e Melissa Hammilton é, com certeza, fórmula para amarmos o que quer que elas dancem! Muita precisão e um clima leve de música ragtime marcam o trio. Melissa às vezes errava e esquecia os movimentos, representando totalmente a todos nós que esquecemos a sequência nos ensaios de festival (hihi)!

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Aquele trio que você respeita!

Se você gostou desses repertórios, The Judas Tree e Elite Syncopations estão disponíveis para download no blog Vídeos de Ballet Classico, junto com mais um dos trabalhos de MacMillan: Concerto. Clique aqui para baixar!!

The Wind vem como uma nova opção de repertório da companhia, trazendo coreografia de  Arthur Pita em parceria com a música de Frank Moon (por sinal, maravilhosa! Ponto para eles). A “pegada” inicial vem com acordes clássicos do rock and roll, mas logo em seguida passamos para um trecho mais dramático com mais uma das novas principals do Royal, Francesca Hayward, que o faz muito bem durante os ensaios! Ponto para ela também!!

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Francesa Hayward em seu ensaio de The Wind.

Finalizando a transmissão, temos a apresentação do ensaio com figurino do Northern Ballet que apresenta sua versão em ballet de A Pequena Sereia. Não sabemos se tem uma inspiração direta no clássico filme da Disney mas a gente já gostou, até porque não sabemos de nenhum ballet dessa história até então. E, por último e não menos importante, um trechinho do ensaio das cartas de baralho do repertório de Alice no País das Maravilhas, que contou com a brasileira Letícia Stock (de collant rosa) no corpo de baile! E que nossos brasileiros continuem dando show em mais transmissões como essas!! 🙂

Segue abaixo o vídeo + galeria de melhores momentos da transmissão completa:

 

 

 

 

 

 

Veja mais da nossa cobertura do World Ballet Day 2017:

Australian Ballet

Royal Ballet -parte 1

Nosso acervo:

World Ballet Day 2016

World Ballet Day 2015

World Ballet Day 2016 – Bolshoi

O Bolshoi fez de tudo para atrapalhar nossa resenha, mas não contou com a astúcia da nossa leitora Joana Medeiros (MUITO obrigada!), que nos mostrou o caminho das pedras para encontrar a transmissão da companhia. Para ter acesso ao vídeo, basta fazer um cadastro no site do próprio Bolshoi, clicar na aba ‘video’ e assistir. É fácil e super simples!

A companhia quer mesmo mostrar que está focada em inovação, tanto é que a primeira coisa que aparece no streaming são as turmas infanto-juvenis (algo que senti falta nos demais ballets!), com entrevista com alunos e professores. A técnica de ensino do Bolshoi, que já foi questionada e até mesmo criticada por aqui, foi abordada logo de cara. Achei interessante essa forma mais direta de lidar com o público.

Meninos fofinhos que sonham em ser os novos Baryshnikovs (Foto: Reprodução)
Meninos fofinhos que sonham em ser os novos Baryshnikovs (Foto: Reprodução)

O Bolshoi realmente usou o World Ballet Day como promoção da companhia: teve entrevista com diretor artístico, coreógrafo, professor… Achei meio exagerado, até, porque só tinha gente falando maravilhas do ballet russo, da companhia, da escola, de como lá é o ‘berço’ do ballet clássico… Menos, né? O Bolshoi realmente se mantém como uma das maiores companhias do mundo e os russos continuam nos presenteando com bailarinos e bailarinas incríveis. Mas o resto do mundo também 🙂

Aula, mesmo, só depois de mais de uma hora de transmissão. E foi com o mesmo professor do ano passado, Boris Akimov, que é uma figura! Mais uma vez, o que dá pra notar é que o foco das aulas é na extensão de pernas e braços, marca registrada do método russo. Isso fica beeeem claro nos adagios e port de bras. Mas achei interessante que no centro tem um passo específico de fondue (!) com piruetas. Bolshoi inovando.

Não teve muita interação dos bailarinos com a transmissão, salvo quando diretamente abordados pela apresentadora. A disciplina é muito mais rígida em comparação com outras companhias – os bailarinos não brincam muito, não fazem muitas gracinhas ou mesmo falam com o professor. Quem faz ballet há algum tempinho vai se identificar com essa metodologia, que era abordada aqui no Brasil por professores, maîtres e dames de ballet até algum tempo atrás!

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Professor bom é o que faz o passo e ainda se alonga! (Foto: Reprodução)

E o melhor foi deixado para o final! Os ensaios foram de Jewels de George Balanchine (no programa consta Diamonds, mas, como apontou a Julimel, em Jewels a coreografia com tutu romântico é Emeralds), e The Golden Age, de Yuri Grigorovich – coreógrafo contemporâneo (apesar dos seus 89 anos) e uma das apostas do Bolshoi. Gostei muito das coreografias dele que assisti, como O Lago dos Cisnes e Spartacus, e o original A Flor de Pedra, com música de Sergei Prokofiev.

Jewels foi ensaiado no palco (amo!), já com orquestra e simulação de figurino, e The Golden Age foi em sala, no piano – o que dá a impressão que esse ballet começou a ser ensaiado há pouco tempo. Achei bem interessante a escolha desses repertórios para acompanhar, porque mostra dois estágios bem distintos de produções.

Marcação no palco com orquestra de Diamonds, de Balanchine (Foto: Reprodução)
Marcação no palco com orquestra de Jewels, de Balanchine (Foto: Reprodução)

 

Quer ver mais fotos? Tem galeria aqui:

 

 

 

Mais World Ballet Day? Clica aqui!

World Ballet Day 2016 – Australian Ballet

Tradicionalmente responsável por abrir o World Ballet Day (quer rever a participação deles em 2015? Clica aqui!), o Australian Ballet também tem um dos ambientes e das aulas mais ‘gostosas’ de assistir e fazer. Toda vez que a gente senta para ver e rever os primeiros momentos da companhia, Felipe sai inspirado e sempre coloca alguns passos nas aulas livres. Eu, claro, saio ganhando!

Uma das coisas mais bacanas do Australian Ballet também, na minha opinião, é que essa é uma companhia que adora inovar. Nesse ano, mesmo, teve montagem do Wayne McGregor (coreógrafo do Royal Ballet), ao vivo no próprio World Ballet Day. Uma das montagens mais legais deles são dos clássicos, como Cinderella de Alexei Ratmansky e O Lago dos Cisnes de Graeme Murphy. (Se quiser procurar para baixar tem no nosso blog parceiro, Vídeos de Ballet Clássico!)

Nesse ano não foi diferente: a aula do professor e maître de ballet Tristan Message é bem funcional e simples: desde a barra até os passos nos centros os passos são de baixa complexidade e o objetivo maior é trabalhar ao máximo as extensões, fondues, pliés, o equilíbrio… Essa primeira aula é para aquecer o corpo para os ensaios, então o ideal é que o bailarino termine a aula pronto para ensaiar, e não exausto!

Outra coisa importante: os bailarinos estão voltando de um período de folga! Muitos deles preferem ‘economizar’ nas pernas altas, giros, etc, justamente para não lesionar. O próprio Tristan comenta isso no primeiro passo do centro, quando diz que a pirueta é facultativa. Acho válido que mais professores se inspirem, viu, Felipe? 😀

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Amy Harris ensaiando Nijinsky, que estreia na semana que vem na Austrália!

 

Dos ensaios – nesse dia foram o pas de quatre de O Lago dos Cisnes, Spartacus, O Corsário, Coppélia e Nijinsky, o que achei mais legal de assistir foi Nijinsky, com coreografia de John Neumeier e música de Rismky Korsakov. A história desse ballet é do próprio bailarino e coreógrafo, e tem algumas referências de obras dele, como A Tarde do Fauno, embebidas na coreografia, o que é uma delícia de ver! Não é um ballet extremamente clássico, mas tem passos tradicionais e a bailarina (no ensaio, a maravilhosa Amy Harris, minha bailarina preferida do Australian Ballet) estava de ponta. Fiquei muito interessada em conhecer esse repertório!

Quer assistir à participação completa do Australian Ballet – e  das companhias convidadas Hong Kong Ballet, West Australian Ballet e Queensland Ballet ? Veja aqui! O link expira em novembro de 2016.

 

 

Alguns dos meus momentos preferidos: