World Ballet Day 2017: National Ballet of Canada

Eis que temos mais um post do #WorldBalletDay, e a companhia da vez é o National Ballet of Canada. Ela é uma das companhias que, com as transmissões ao vivo aprendemos a gostar e conhecer melhor.

Começamos pela aula, comandada desta vez pelo Cristopher Stowell. Essa é uma das partes favoritas dos nossos blogueiros Felipe e Juliana: ele, por conta das ideias para aulas livres e dicas extras dos mestres, ela, para se guiar no que funciona para os bailarinos que admira e utilizar no seu dia-a-dia de aula!

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Pernas altas no adágio da barra. Foto: Reprodução/Youtube

A barra é relativamente simples com objetivo de preparar o corpo para o centro e ensaios posteriores. Nada de complexo por aqui! Os bailarinos começam vestidos com roupas e acessórios que permitem aquecer a temperatura corporal afim de evitar lesões. A medida que se aquecem, eles vão tirando as roupas para ficarem com malhas e collants apenas. Podemos perceber também que cada um executa certos passos a seu modo, sem seguir uma sequência necessariamente lógica (como por exemplo, no plié): eles usam esse momento de aula para alongar ou trabalhar o que se adequa aos seus corpos, caso estejam se recuperando de lesão ou com algum trabalho específico que precisam para os ensaios.

Passada a barra, o centro traz também exercícios simples, com objetivo de trazer o eixo do corpo de baile. A parte mais engraçada do centro foi o “AHW” coletivo com 2 tempos de promenade na segunda posição do adágio. Realmente nos sentimos representados por esse momento! Hihi.

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O famoso promenade em dois tempos! Foto: Reprodução/Youtube

Algumas bailarinas no centro optam por não usarem sapatilhas de ponta, já que não é uma condição obrigatória.

Uma curiosidade: 13 das bailarinas da companhia já são mamães, incluindo as primeiras bailarinas Greta Hodgkinson e Svetlana Lunkina.

E então, começamos os ensaios! Paz de La Jolla é o primeiro. O ballet foi criado em 2013 pelo coreógrafo Justin Peck para os bailarinos do New York City Ballet. A presença marcante da música de Bohuslav Martinu faz esse ballet parecer delicioso aos olhos e ouvidos. A movimentação deles é bem fora do que costumamos ver em ballets de repertório.

O segundo trabalho apresentado é Nijinsky. Criado por John Neumeier, Nijinsky é uma homenagem à memória desse que foi o bailarino que mudou a história da dança como a conhecemos. Vários dançarinos diferentes interpretam seu papel durante o repertório, apresentando personagens marcantes pelos quais Nijinsky foi imortalizado.

Finalizando a transmissão, temos The Winter’s Tale, repertório já adotado pela companhia há algum tempo em suas temporadas (também incororado pelo Royal Ballet).

Confira a transmissão que foi para o Youtube + nossa galeria abaixo:

 

Veja mais posts do World Ballet Day 2017:

Australian Ballet

Royal Ballet (parte 1)

Royal Ballet (parte 2)

Quer ler nossos especiais do World Ballet Day? Veja abaixo:

World Ballet Day 2016

World Ballet Day 2015

World Ballet Day 2016 – National Ballet Of Canada

Mais um post para celebrar o #WorldBalletDay nosso de cada ano, evento que marcou a estreia do OITO TEMPOS como blog e que temos o prazer de acompanhar e resenhar para vocês!!

A quarta companhia que protagonizou a transmissão ao vivo foi o National Ballet Of Canada (quer ver o post do ano passado? clique aqui), que dessa vez faz sua transmissão em casa, na cidade de Toronto, já que ano passado estavam em turnê e realizaram o World Ballet Day durante a viagem.

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Aquecimento básico para começar o dia 🙂

De cara, começamos com a aula que é a minha parte favorita. Além de acompanharmos as extensões das linhas e técnica dos bailarinos também posso pegar alguns passos de inspiração para as minhas aulas (hehe). Muita roupa para aquecer e alongamento são essenciais antes da aula começar, e é claro, não podem faltar as bolinhas nossas de cada dia, item que somos muito adeptos aqui no blog (não é Ju?).

A aula foi comandada pelo professor Aleksandar Antonijevic de uma maneira bem tranquila com passos simples, prezando sempre a manutenção da técnica. Pausa para o professor falando com os bailarinos sobre a necessidade de levar a pirueta como um todo. Importante vermos como até mesmo companhias grandes passam pelos mesmos problemas de nós mortais náo é mesmo :-). Pausa Nº 2 para momento fisioterapia com o bailarino Naoya Ebe, parte do processo de ser um bailarino de alto rendimento. E pausa Nº 3 para falar o quanto a galera do blog achou super legal o look jovial e descontraído do nosso professor, continue assim!!

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Melhor professor: SIM ou COM CERTEZA?

Karen Kain, diretora artística da companhia falou sobre os repertórios da companhia para a temporada: Onegin, Lago dos Cisnes, Cinderella e O Quebra-Nozes, repertórios de peso dentro do ballet clássico. Além da maravilhosa estreia do Ballet Pinnochio : o que estamos ansiosos para ver se sai algum pedacinho no canal deles para o público. A companhia esse ano comemora sua 65ª Temporada. Parabéns aos envolvidos!!

Ensaios:

Cinderella com certeza foi o carro chefe da transmissão desse ano, ocupando quase metade do tempo, onde tivemos ensaio das fadas mais os homens cabeça-de-abóbora (cena muito interessante por sinal!), onde a companhia ainda afina os pontos da coreografia. A bailarina Sonia Rodriguez nos apresenta o backstage da produção durante os ensaios: sapatos, perucas e figurino da obra que envolve muitos profissionais.

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Fadas de Cinderela

O próximo ensaio foi do ballet Onegin, criado em 1964 pelo renomado coreógrafo John Cranko. Algumas cenas mais simples de mise en scéne (atuação durante o espetáculo de ballet) e danças de grupo, que demandam sincronia do grupo. É um repertório pouco conhecido por nós do blog, o que não quer dizer que tenhamos menos vontade de vê-lo.

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Corpo de Baile de Onegin

Durante o streaming do evento, tivemos a grata interrupção do Boston Ballet e do Miami City Ballet apresentando suas instalações e os ensaios de suas temporadas. Mas, calma! Não se preocupem que nós nos lembramos deles sim, mas isso é assunto para outro post (surpresa!).

Confira a nossa galeria de fotos:

 

National Ballet of Canada – World Ballet Day

Ensaios de The Winter's Tales
Ensaios de The Winter’s Tales

Fazemos as nossas malas juntamente com os dançarinos de plantão e acompanhamos em um pouco mais de quatro horas de transmissão (que com certeza valem super a pena!) a rotina da companhia, alternando entre aula e ensaios, diretamente de uma turnê na cidade de Montreal, no Canadá. Vamos conferir o que teve de melhor, e para nos mostrar tudo, tivemos como anfitriões a Heather Ogden e Guillaume Côté, primeiros bailarinos do National Ballet of Canada.

Sobre a aula

Rex Harrington, antes de começar a aula, explica como é importante que todos estejam juntos em sala, próximos uns aos outros, não importa que nível a pessoa é dentro da companhia (solista, corpo de baile, primeiro bailarino). Além disso, é o momento que prepara o bailarino para o restante de sua rotina de ensaios. Na barra, vemos que a maioria dos integrantes começa com bastante roupa, como casacos, jauqetas, botas térmicas, polainas, roupas em lã e calças, tudo isso com intuito de aquecer as articulações e melhor prepará-los para o centro e os ensaios posteriores, já que a sala é bastante fria no início da aula. Claro que a medida que vão se aquecendo, vão também se desfazendo das roupas mais pesadas. O centro segue normalmente, em meio a uma brincadeira e outra que Rex faz com os bailarinos, o que ajuda a descontrair. O centro mostra o que há de melhor desses bailarinos, com direito a alguns esquecimentos ora ou outra (acontece!).

Sobre os ensaios

Assim que a aula termina, os bailarinos já começam a passar os trechos de suas coreografias, pois é o único tempo antes do ensaio onde poderão fazê-lo, geralmente focando nas partes mais difíceis ou imprecisas que precisam trabalhar (quem nunca?). A bailarina principal da companhia Greta Hodgkinson responde a perguntas enviadas pela audiência durante os intervalos.

Primeiramente acompanhamos os ensaios de “The Winter’s Tales”, nos quais vemos dois dos solos que compõem a obra. A interpretação e domínio do eixo são as palavras-chave das bailarinas que ensaiam. Há a todo momento uma troca entre bailarina e o mestre que as ensaia, Lindsay Fisher, processo que não deixa de ser interessante para quem acompanha.

Kathryn Hosier, fala sobre ter o papel principal no ballet “Spectre de la Rose”, da maneira como adentrar esse trabalho foi emocionante e ao mesmo tempo um território até então desconhecido para ela. Ela conta que assistiu ao vídeo assim que chegou em casa, e ficou chocada no quão único aquele trabalho era, nada comparado ao que já tinha visto antes, até mesmo intimidando-a pela força que o trabalho tem. Conta que estudou o vídeo por duas semanas antes de começar a ensaiar, sempre assistindo de novo, de novo e de novo, seria uma chance única de provar a si mesma. Ela conta que quando está no palco sozinha, ela olha para o teatro e pensa: “Oh meu Deus, eu sou a única pessoa no palco agora?” e finaliza dizendo que essa é a melhor sensação no mundo.

Tivemos pouco tempo para acompanhar os últimos dois trabalhos da companhia, ambos os ensaios já com figurino. O primeiro “Le Spectre de la Rose” (O espectro da rosa), conta com movimentações incrivelmente precisas dos bailarinos, que, minha nossa (!), fazem tudo muito bem, e fica difícil de nossos olhos acompanharem e os braços tentarem reproduzirem os movimentos. O segundo, “Chroma”, mostrou mais a passagem das sequências dos bailarinos com cenário e luz. Muito pouco vimos sobre o figurino e a passagem com música dessa obra de aspecto moderno coreografada por Wayne McGregor, entretanto, o pouco que vimos já nos deixou com vontade de querer ver mais com certeza. Uma curiosidade: o National Ballet of Canada foi a primeira companhia além do Royal Ballet a interpretar essa obra.

Outras companhias

Além da própria companhia da qual falamos, tivemos a presença ilustre de outras durante a transmissão, seja assistindo trechos de seus trabalhos, seus ensaios, aulas e dia a dia por dentro das mesmas.

Les Ballet Jazz de Montreal é uma companhia contemporânea fundada em 1972. Na sua apresentação, pudemos assistir trechos de trabalhos seus, como “Kosmos”, “Closer”, “Harry” e “Rouge” (esta última coreografada pelo brasileiro Rodrigo Pederneiras, coreografo do Grupo Corpo).

Boston Ballet abriu suas portas para nos mostrar os ensaios do espetáculo Third Symphony of Gustav Mahler, uma obra forte e expressiva, coreografada por John Neumeier. Assistimos também um trecho da variação e coda da Fada Açucarada do clássico ballet “Quebra-Nozes” e por último, vemos os ensaios de Pas de Quatre, onde quatro bailarinas apresentam suas variações e apresentam o que há de mais difícil (impossível tavlez? rs) em pontas.

Por ultimo, e muito importante por sinal, adentramos o universo do American Ballet Teather, que esse ano completa 75 anos de existência, se consagrando como uma das melhores do mundo. A companhia conta com nomes importantes, como Misty Copeland, Daniil Simkin e, não poderia deixar de falar dele, o brasileiro Marcelo Gomes :-), que além de ser primeiro bailarino, atualmente também coreografa para a companhia.

Para ver aula e ensaios completos, clique aqui.

Quer mais? Leia nossas resenhas do Australian BalletBolshoi, Royal, e San Francisco!

World Ballet Day 2015: o que teve?

Corpo de baile do Royal Ballet em aula
Corpo de baile, solistas e bailarinos principais do Royal Ballet em aula

No dia 1º de outubro aconteceu a segunda edição do World Ballet Day – a primeira foi no mesmo dia, no ano passado – e contou com streaming ao vivo de cinco companhias que são referência no mundo do ballet: Australian Ballet, da Austrália; Bolshoi, da Rússia, Royal Ballet, do Reino Unido; National Ballet of Canada, no Canadá; e San Francisco Ballet, nos Estados Unidos.

Assim como em 2014, teve aula, teve ensaio e teve pré-produção de alguns espetáculos. Teve também participação de companhias convidadas, como Czech National Ballet, Northern Ballet e o Houston Ballet. Ou seja, foi um dia inteiro de muita, muita, muuuuita dança!

O World Ballet Day não foi a primeira vez que as companhias abriram as portas de suas salas: em 2012, o próprio Royal já tinha disponibilizado transmissão ao vivo para aulas e ensaios;  o Pacific Northwestern também fez streaming de aulas neste ano e outros ballets, como o Houston, também apostaram nessa experiência. O retorno do público foi imediato.

Por que assistir é tão bom?

Normalmente, só temos acesso ao produto final dessas grandes companhias, que são as apresentações. Até então, amantes da dança não tinham como assistir ao dia-a-dia dos bailarinos, aos ensaios, aulas, ver as correções dos professores… Enfim, participar do processo de preparação dos espetáculos, desde o plié até o allegro.

Para quem dança, assistir as aulas também é uma forma de criar empatia com os bailarinos. É bom ver que eles, também, erram, caem, esquecem a coreografia e têm coisas que precisam melhorar. A única diferença é que eles erram, caem e esquecem menos! 😀

Fizemos resenhas de cada uma das companhias. Clique e confira!

Australian BalletBolshoi, Royal Ballet, National Ballet of Canada e San Francisco